Precisamos falar sobre longevidade
4 palestras ministrada na XVIII Jornada de Enfermagem em 12 de maio de 2025
Falar sobre longevidade é falar sobre futuro – um futuro que começa nas escolhas de hoje.
PARA VOCÊ, O QUE SIGNIFICA ENVELHECER?
Por que precisamos falar sobre longevidade?
Inicialmente porque existe um tabu relacionado ao tema de envelhecimento. Onde prevalece a cultura do PARECER em detrimento ao SER. Como se envelhecer fosse sinônimo de fracasso. Quando é bem pelo contrário, o envelhecimento está relacionado a superar mais uma etapa da vida.
OU SEJA, SÓ ENVELHECE QUEM ESTÁ VIVO!
Levantamento da idade cronológica em relação com as perdas naturais e provocadas :
- A má alimentação antes dos 20 anos contribuem para o e diabetes tipo 2 aos 40 anos e AVC aos 50 anos;
- Sedentarismo (muito tempo sentado) aos 20 anos – potencializa a osteoporose aos 60. Neurociência adolescente – amadurecimento da circuitaria neural ocorre aproximadamente aos 25 anos.
- Aos 30 anos é o auge da vitalidade ou seja, o inicio do declínio na renovação celular e do metabolismo. Estresse crônico na casa dos 30 anos – resulta em Alzheimer (70).
- Entre Entre 30 a 35 anos – leve diminuição do metabolismo facilitando acumulo de gordura corporal; perda de massa muscular; redução da eficiência cardíaca; início da perda óssea; redução da elasticidade dos tendões e ligamentos; diminuição da fertilidade.
- 35 a 40 anos – os sinais do envelhecimento celular ficam mais aparentes (pele amadurecida, cabelo enfraquecem, queda e embranquecimento, unhas fracas, metabolismo lento). Mulher aos 35 anos pode dar inicio aos sintomas do climatério (peri-menopausa). Com as alterações de humor mais evidenciadas.
Algum sintoma familiar? Percebem como cada escolha deixa uma marca mais adiante?
ENVELHECER É COMO VELEJAR, VOCÊ NÃO PODE PARAR O VENTO,
MAS PODE DIRECIONAR A VELA PARA QUE O VENTO LHE SEJA FAVORÁVEL
(Aldemita Vaz de Oliveira).
Destaque para envelhecimento: autonomia – auto confiança – auto estima alinhados no respeito a individualidade e protegida pelo pertencimento.
Será que estamos preparados para envelhecer? O que podemos fazer hoje?
- Alimentação: Quem ainda cozinha? Quem tem horta em casa ou faz feira? Conhecer a origem dos alimentos das feiras – procurar adquirir de produtor local. Raio de proximidade. Alimentos da época. A geração dos avós (nascidos antes de 1950) o mais natural possível – nível de química e agrotóxicos. “Desembalar menos e descascar mais”.
- Respeitar horários e intervalo, comer devagar e sentir o alimento (cheiro, textura, paladar).
- Nutrientes e minerais essenciais.
- Hidratação: quando sente sede, o corpo já esta sofrendo. Literatura indica no mínimo 2 litros de agua por dia (8 copos de 250ml).
- A desidratação pode causar problemas como: confusão mental, constipação, tontura, desorientação, pele seca, infecção urinária, dificuldade de cicatrização.
- Sono: Vocês dormiram bem essa semana? Notam diferença no humor quando não dormem bem?
- O sono é essencial para manutenção da saúde e da qualidade de vida. Não é apenas um descanso, mas um processo ativo, fundamental para a recuperação física, equilíbrio emocional e função cerebral. No sono REM (sono profundo) o corpo repara tecidos e regenera células e fortalece sistema imunológico. Liberação de hormônio do crescimento e manutenção muscular e óssea. Consolida o que foi aprendido durante o dia (memoria de longo prazo); processamento das emoções do dia. Regulação dos hormônios que controlam a fome e a saciedade (leptina e grelina).
- A privação do sono esta ligada a maior risco de ansiedade, irritabilidade e depressão; aumenta o risco de hipertensão, infarto e AVC. Desencadeia a diminuição de atenção, concentração e capacidade de tomada de decisão; enfraquecimento do sistema imunológico.
- Indicação: adulto (18 a 64 anos) de 7 a 9 horas por noite de qualidade. Sem barulhos, luzes, bom colchão, travesseiro. Corpo possui vários receptores.
- Atividade física: quem pratica? o que faz? Qual periodicidade? Fazer atividade física moderada 3 vezes por semana. Atividades aeróbicas, musculação, alongamento, caminhada, dança…
- Manter mobilidade; fortalecimento muscular; flexibilidade; coordenação motora e equilíbrio; diminui ansiedade, melhora a disposição e a qualidade do sono.
- Atividade mental: exercício para o cérebro. Como vocês exercitam o musculo da cabeça?
- Jogos de tabuleiro, de mesa; leituras; atividades manuais (pintura, desenho, bordado, crochê…); ouvir musica; tocar instrumento musical; estudar; aprender novo idioma; escrever diário.
- Atenção para como o que alimenta (coloca para dentro). O que ouve, assiste, lê – interfere no modo de pensar e agir.
- Pensamentos negativos (violência, catástrofe, brigas, intrigas) aumentam a liberação de cortisol, adrenalina – inflamam o corpo.
- Pensamentos positivos (conteúdos de crescimento, afeto, sensação de prazer) liberam serotonina e oxitocina.
- Espiritualidade: Pessoas que tem valores pautados em filosofia de vida: como rituais religiosos, meditação tendem a ser mais ativas, menos estressadas e ter mais autoconhecimento. Esta relacionado a ter um propósito para a vida. Viktor Frankl (pai da logoterapia – sobrevivente de campo de concentração na segunda guerra mundial) descreve que: Quem tem um porquê, enfrenta qualquer como” – importância de ter um propósito de vida (um para que), fortalece a resiliência e a capacidade de lidar com desafios.
- Relacionamento social: socialização. O ser humano é um ser sociável, Importância de manter relacionamento com pares. Comunicação, interação. Nessa troca de saberes e afetos possibilita o crescimento e amadurecimento. Armazenamos memorias afetivas saudáveis como combustível para as adversidades.
- Como estou alimentando meus relacionamentos? Eu sou responsável pelas minhas escolhas.
- Um corpo adoecido, adoece a mente e consequentemente as relações (sociais e profissionais).
Destaque:
- Pertencimento e individualidade.
- Ciclo: auto estima aumenta a auto confiança que gera autonomia. O sentido inverso também ocorre.
A vida que quero para o futuro precisa ser vivida no presente!
O envelhecer é inevitável, o como envelhecer tem tudo a ver com escolhas.
20% tem relação com a genética e os 80% com o ambiente e estilo de vida.
Não podemos mudar o passado, mas podemos cuidar do futuro com escolhas conscientes no presente.